"Pecado é provocar desejo e depois renunciar."
(Renato Russo/Marisa Monte)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Os Disbicicléticos

Caros Educadores, Psicólogos, Pais e Sociedade em geral...
O texto abaixo me intrigou: estão rotulando, patologisando os "tombos" da infância? Criando mais uma "tag" para os posts nos textos que abordam  "deficiências"? Estamos criando mais anomalia, recheando o rol das normoses ? Nada é certo. De certeza só o peso do fardo de nossas crianças...Vale nossa reflexão.
Saudações Inclusivas,

Disbicicléticos _ Emilio Ruiz Rodriguez*  (Janeiro 1, 2009)

Dani é uma criança que não sabe andar de bicicleta. Todas as outras crianças do seu bairro já andam de bicicleta; os da sua escola já andam de bicicleta; os da sua idade já andam de bicicleta. Foi chamado um psicólogo para que estude seu caso. Fez uma investigação, realizou alguns testes (coordenação motora, força, equilíbrio e muitos outros; falou com seus pais, com seus professores, com seus vizinhos e com seus colegas de classe) e chegou a uma conclusão: esta
criança tem um problema, tem dificuldades para andar de bicicleta. 
Dani é disbiciclético.
Agora podemos ficar tranqüilos, pois já temos um diagnóstico. Agora temos a explicação: o garoto não anda de bicicleta porque é disbiciclético e é disbiciclético porque não anda de bicicleta. Um círculo vicioso tranqüilizador.
Pesquisando no dicionário, diríamos que estamos diante de uma tautologia, uma definição circular. 
"Por qué la adormidera duerme? La adormidera duerme porque tiene poder dormitivo". Pouco importa, porque o diagnóstico, a classificação, exime de responsabilidade aqueles que rodeiam Dani. Todo o peso passa para as costas da criança. Pouco podemos fazer. O garoto é disbiciclético! O problema é dele. A culpa é dele. Nasceu assim. O que podemos fazer?
Pouco importa se na casa de Dani seus pais não tivessem tempo para compartilhar com ele, ensinando-o a andar de bicicleta. Porque para aprender a andar de bicicleta é necessário tempo e auxílio de outras pessoas. Pouco importa que não tenham colocado rodinhas auxiliares ao começar a andar de bicicleta. Porque é preciso ajuda e adaptações quando se está começando.
Pouco importa que não haja, nas redondezas de sua casa, clubes esportivos com ciclistas com quem ele pudesse se relacionar, ou amigos ciclistas no bairro que o motivassem. Porque, para aprender a andar de bicicleta não pode faltar motivação e vontade de aprender. E pessoas que incentivem!
Pouco importa, enfim, que o garoto não tivesse bicicleta porque seus pais não puderam comprá-la. Porque para aprender a andar de bicicleta é preciso uma bicicleta. (Felizmente, os pais de Dani, prevendo a possibilidade de seu
filho ser disbiciclético, preferiram não comprar uma bicicleta até consultar um psicólogo.)
Transportando este exemplo para o campo da síndrome de Down, o processo é semelhante. Desde quando a criança é muito pequena, apenas um recém-nascido, é feito um diagnóstico – trissomia do cromossomo 21 – por um médico
especialista, e verificado, com uma prova científica, o cariótipo. 
A partir disso, entramos em um círculo vicioso no qual os problemas justificam o diagnóstico, o qual, por sua vez, é justificado pelos problemas. Por que a criança não cumprimenta, não diz bom-dia quando chega, nem adeus
quando vai embora? "É que ela tem síndrome de Down". Ah, bom! Achei que era mal-educada.
Por que a criança não se veste sozinha, e sua mãe a veste e despe todos os dias,
se já tem oito anos? "É que ela tem síndrome de Down". Ah, bom! Pensei que não lhe tinham ensinado.
Por que continua a tomar mamadeiras se já tem seis anos? "É que ela tem síndrome de Down". Ah, bom! Imaginei que era comodismo de seus pais.
Por que a criança não sabe ler? "É que ela tem síndrome de Down". Ah, bom! Pensei que não lhe haviam ensinado.
Por que não anda de ônibus ? "É que ela tem síndrome de Down". Ah, bom! Pensei que não lhe permitiam fazer isso.
E, assim, uma lista interminável de supostas dificuldades que, por estarem justificadas pela síndrome de Down, não necessitam de nenhuma intervenção, além da resignação. Todas as suas dificuldades se devem à síndrome de Down.
Podemos estender a qualquer outra deficiência em que o diagnóstico médico ou psicológico possa ser utilizado como desculpa para nos eximirmos de responsabilidades. 
Se classificamos a criança como disfásica, disléxica, discalcúlica, disgráfica, deficiente visual ou auditiva, mental ou motora, disártrica ou simplesmente disbiciclética, estamos fazendo algo mais do que "colocar um nome" no que pode acontecer com uma criança. Estamos criando expectativas naqueles que a cercam.
Por isso, eu sugiro que antes de comprar uma bicicleta para seu filho ou sua filha, comprove que não sejam disbicicléticos. Não vá que aconteça imediatamente após a compra dar-se conta de que se jogou dinheiro fora.

 *EMILIO RUIZ RODRÍGUEZ. PSICÓLOGO. FUNDACIÓN SÍNDROME DE DOWN DE CANTABRIA -  ESPANHA

(*) Fonte: www.zerohora.com

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Canta pra subir... Oliveira da Silveira subiu!

MORRE O PROFESSOR OLIVEIRA DA SILVEIRA

Professor, poeta e pesquisador gaúcho Oliveira Ferreira da Silveira, um dos ícones importantes do movimento negro do Brasil faleceu. O óbito ocorreu na noite do Dia Mundial da Paz (01/01 quinta-feira) por decorrência de câncer, no Hospital Ernesto Dornelles, onde estava internado há 15 dias. Natural de Rosário do Sul (RS), era formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com especialização na língua francesa, e professor aposentado da rede pública de ensino. Era divorciado. Deixou filha e netos. Era conhecido nacionalmente pelo 20 de Novembro – foi um dos idealizadores da data referência para os afro-brasileiros em contraponto ao 13 de Maio (Dia da Abolição da Escravatura). As comemorações se iniciaram em 1971 com o Grupo Palmares em Porto Alegre — entidade que, durante o regime militar, evocou í­cones negros como Luiz Gama e José do Patrocínio. O ativista fundou o grupo Semba, a Associação Negra de Cultura e integrou o corpo editorial da revista Tição (publicação do Movimento Negro gaúcho no final dos anos 1970). Participou da produção cultural gaúcha, compôs rodas de intelectuais e formadores de opinião, além de ser homenageado em diversos eventos. Escreveu uma dezena de livros e gostava de registrar fatos e acontecimentos, de longas conversas ou de coisas simples.
OLIVEIRA EM VERSOS: Oliveira Silveira (Roteiro dos Tantãs)

ENCONTREI MINHAS ORIGENS
Encontrei minhas origens
em velhos arquivos
....... livros
encontrei
em malditos objetos
troncos e grilhetas
encontrei minhas origens
no leste
no mar em imundos tumbeiros
encontrei
em doces palavras
...... cantos
em furiosos tambores
....... ritos
encontrei minhas origens
na cor de minha pelenos lanhos de minha alma
em mim
em minha gente escura
em meus heróis altivos
encontrei
encontrei-as enfim
me encontrei
Foi um homem especial e um combatente em relação às opressões sócio-raciais.
Deixará saudades!


Fonte: Blog do Cojira-AL (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Homenagem ao(s) político(s) que prometeram mudança!


É TRISTE, PELO VISTO MUITA GENTE JÁ ELEGEU O POLÍTICO DA FOTO ACIMA.
A MUDANÇA FOI DE UMA B**** PRA UMA MER*****!!!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Pena de Morte... Vale a reflexão!!!

A administração Bush, deliberou modificar o sistema de execução dos condenados à morte mediante a injeção letal e substituí-la por uma câmara de gás na qual a morte e muito mais rápida. Sem dúvida, ainda que seja mais rápida, os experts dizem que o sofrimento é infinitamente maior.

Professor de Atitude

Esse 'fessor é F**** ! Apoiado!