"Pecado é provocar desejo e depois renunciar."
(Renato Russo/Marisa Monte)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

(O cocô do) Patrão padrão


Lucas Mendes em ilustração de  Baptistão."A tubulação entupiu! Há cocô no banheiro, na sala, na varanda. Até no jardim. Chamem o patrão para limpar!"

Esta é a premissa de um dos mais bem sucedidos reality shows dos últimos anos na televisão americana. De origem inglesa, fermentado nos Estados Unidos, Undercover Boss - "Patrão Disfarçado" - há um mês arrebenta os índices de audiência.

O tema não é novo - a história e a literatura estão cheias de versões semelhantes - mas, com tempero sentimental, é irresistível. O presidente de uma grande empresa se disfarça de empregado e passa vários dias com a mão na massa como um recém-contratado. Um fictício treinamento para servir de modelo a futuros contratados justifica a presença das câmeras.

Rick Arquilla, presidente da Roto-Rooter, uma empresa de 75 anos que desentope 90% dos canos da população americana e atua em vários outros países, inclusive no Brasil, foi o personagem do primeiro capítulo.

De blue jeans, colete amarelo brilhante, capacete de operário e óculos de plástico, Rick Arquilla, no vestiário da empresa, se transforma no incompetente aprendiz Hank Damon. Na primeira missão, vai desentupir um banheiro de um casal negro num bairro de classe média baixa.

Segue as instruções do veterano, puxa cabelos e outras sujeiras do cano até chegar numa toalha. O instrutor dele, negro, é homem fino, mas tem problemas de dinheiro desde uma operação do coração que o seguro da empresa não cobriu. Teve de queimar a poupança e tomar dinheiro emprestado para pagar as contas, mas agora está bem de saúde, não se queixa de cansaço e parece feliz no trabalho.

A outra experiência do patrão é como despachante e recebe ordens de uma jovem mãe solteira sobre como atender o telefone, falar com o cliente e enviar o desentupidor.

O patrão dá vexame porque não consegue distinguir cores e não sabe ler o sistema que ele mesmo criou, dividido em amarelo, azul, laranja e verde. Ele fracassa, mas fica impressionado com a dedicação da funcionária que tem um filho autista, ganha mal e não pode pagar pela educação especial do filho.

O terceiro, o quarto e o quinto empregados estariam nas paredes de qualquer empresa como operário padrão. Gostaria que fossem meus amigos ou até parentes.

Roto Rooter desenha e fabrica muitas de suas peças nos Estados Unidos. Se fosse para o México ou para China, faria grande economia, mas o patrão se comove a ponto de chorar com a dedicação dos empregados.

Um outro, depois de limpar cocô o dia inteiro, vai ser técnico de basquete de adolescentes que ele busca e leva para casa para evitar que sejam contaminados pelas drogas e gangues das ruas de Chicago. E há Chris, que, como o pai do patrão, era alcoólatra. Está sóbrio há seis anos, mas o pai de Rick não teve a mesma firmeza e morreu pelo gargalo.

O final provoca nova choradeira quando o patrão convoca os empregados, confessa que é o presidente da empresa e distribui aumentos e benesses. O técnico de basquete ganha um furgão capaz de transportar 15 jogadores. A despachante ganha de presente a educação do filho, o cardíaco recebe da seguradora o dinheiro que gastou e Cris passa a ser o palestrante oficial da empresa para salvar alcoólatras e outros viciados. E, claro, apesar do prejuízo, a empresa patriota vai continuar nos Estados Unidos.

Em tempos normais, já seria uma fórmula campeã. Nesta crise, com milhões de desempregados, mais do que um programa de televisão, o Undercover Boss é uma terapia. Haja lenço. Como é bom trabalhar para uma grande empresa americana com seus patrões sensíveis e solidários!

Não é bem assim, revelam economistas que analisaram os números das empresas entre 1980 a 2005. Quase 100% dos novos empregos - 40 milhões - foram criados por empresas com menos de cinco anos ou com menos de cinco empregados.

General Motors e as grandes corporações, quando não cortam empregos geram pouquíssimos. E 25% das pequenas empresas na área de tecnologia que geraram tantos empregos foram criadas por imigrantes.

O professor e palestrante Fernando Dolabela, um dos maiores gurus brasileiros do empreendedorismo, sai pelo Brasil e pelo mundo pregando "que todos empregados são infelizes, preguiçosos, sem sonhos e que na empresa a única certeza é a demissão", diz ele.

E o patrão Estado, sonho de tantos brasileiros? Se o presidente Lula fosse se disfarçar de empregado, onde iria trabalhar? Ou estaria no Bolsa Família?

Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/04/100408_lucasmendes_tp.shtml

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/04/100408_lucasmendes_tp.shtml

Rapaz americano acusa mãe de assédio e calúnia pelo Facebook


LITTLE ROCK, Arkansas - A mãe de um rapaz de 16 anos acredita que estava apenas sendo responsável quando proibiu o rapaz de acessar o Facebook depois de ler que ele tinha dirigido a 150 km/h numa noite porque estava irritado com uma garota. A resposta do filho? Uma queixa por assédio moral numa corte local.

- Se eu for considerada culpada nesse processo estará aberta a temporada de caça aos pais - disse Denise New, a mãe.

Ela afirma que muitas das mensagens enviadas por seu filho não faziam bem para a imagem do garoto. Então, num dia que ele esqueceu de deslogar a conta, ela publicou seus próprios pensamentos e mudou a senha, para evitar que ele voltasse a escrever. Mas o rapaz afirma que o que ela escreveu não é verdade e que sua reputação está sendo prejudicada.

- As coisas que ele estava escrevendo fariam os olhos de qualquer pai saltarem e seu queixo cair - disse Denise - Ele já havia sido avisado sobre alguns posts.

Lane New, que mora com a avó, registrou uma queixa de assédio que foi aceita pelos promotores no dia 26 de março. Nenhum dos envolvidos revelou quais as mensagens no site o rapaz considerou difamadoras.

- Eu fiz três ou quatro comentários, o resto são conversas entre meu filho, eu e alguns amigos dele.

Na queixa escrita a mão, Lane afirma: "Primeiro Denise hackeou minha conta do Facebook e modificou minha senha. Ela também mudou a senha do meu email, para que eu não pudesse recuperá-la. Ela publicou mensagens que envolvem calúnia e fatos pessoais da minha vida".

Denise confirmou ter modificado as duas senhas para evitar que o filho tivesse acesso ao perfil do Facebook, mas negou ter hackeado a conta.

- Ele deixou a conta logada no meu computador. Não é que eu tenha roubado o seu laptop - argumentou.

Além do dia em que dirigiu em alta velocidade, Denise disse que várias outras mensagens a deixaram preocupada, mas não revelou os temas. Ela afirma que depois do caso abriu sua própria conta da rede social.

O promotor Todd Turner não comentou o caso, argumentando que o rapaz é menor de idade. Denise disse que Lane foi morar com a avó há cerca de cinco anos, depois que ela passou por um divórcio complicado, teve problemas emocionais e não se sentia capaz de dar ao filho a atenção que ele precisava. A audiência do caso será no dia 12 de maio.

Fonte:http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2010/04/08