"Pecado é provocar desejo e depois renunciar."
(Renato Russo/Marisa Monte)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O poder do toque

Transmitindo emoções pelo toque

Pesquisa demonstrou que os humanos podem transmitir emoções por meio do toque tão bem quando pela expressão facial

É lugar-comum dizer-se que uma imagem pode valer mais do que mil palavras. Agora esse ditado pode se tornar mais amplo, e passar a incluir o toque.
Segundo o pesquisador Matthew J. Hertenstein, da Universidade DePauw (EUA), é possível transmitir uma emoção por meio de um toque suave que não precisa durar mais do que cinco segundos.

A pesquisa, feita com estudantes universitários, demonstrou o toque pode ser quase tão eficaz para transmitir uma emoção quanto as expressões faciais.
Emoções positivas e emoções negativasDurante o experimento, os voluntários deviam tocar outra pessoa tentando transmitir uma dentre oito emoções, sendo quatro negativas (raiva, medo, tristeza e repulsa) e quatro positivas (amor, felicidade, gratidão e compaixão).
Cada participante era livre para escolher o local do toque, que incluiu cabeça, rosto, braços, mãos, ombros, tronco e costas. Enquanto as mulheres escolheram tocar mais o rosto do que os homens, o reconhecimento da emoção transmitida foi semelhante entre os dois sexos.

Tão bom quanto expressões faciaisDada a configuração do experimento, poder-se-ia atribuir à mera chance estatística, ao acaso, um acerto de 11% das emoções que se tentava transmitir. No momento do toque, a pessoa que era tocada ficava vendada.
Mas esse dado ficou entre 50 e 78%, dependendo da emoção que se tentava transmitir, do sexo de que tocava e de quem era tocado, do lugar onde se tocava e do tipo do toque.
Esses dados são muito semelhantes aos encontrados em experimentos que buscam detectar emoções dos outros por meio da voz ou das expressões faciais.

Segundo o estudo, publicado no exemplar de Agosto do jornal Emotion, além da capacidade de transmitir emoções pelo toque, parece haver uma espécie de codificação, por meio do qual os humanos tocam o outro de forma diferente, dependendo da emoção que estejam sentindo ou tentando transmitir.

Saudade dos anos 80!

Estou meio nostálgica...Saudade dos anos 80, talvez a decepção com esse futuro, que está aí e eu ajudei a construir com meus votos...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Engolindo sapos a seco!

ENGULA E DIGIRA (Leonardo Attuch*)


Se você pintou a cara em 1992 e saiu às ruas pelo impeachment de Fernando Collor de Mello, engula e digira a evidência de que elle, reabilitado, é hoje o líder da tropa de choque do governo Lula. Um chefe de honra da bancada governista. Se você imaginava que Pedro Simon era o único homem íntegro e corajoso do Congresso Nacional, engula e digira o fato de que o senador gaúcho amarelou diante daquele olhar em brasa, esbugalhado e transbordante de cólera do ex-presidente – um olhar que intimida a oposição, mas protege os inimigos que Collor teve no passado.

Se você torcia pela cassação do velho coronel José Sarney em razão dos atos secretos e das nomeações de todos seus parentes do Maranhão, engula e digira sua permanência à frente do Parlamento, cercado de Jaders, Renans e Jucás. Se você defendia a queda do senador tucano Arthur Virgílio pela hipocrisia e pelo falso moralismo, engula e digira o fato de que ele, um réu confesso, também será poupado da degola, no grande acordo interno que já vem sendo costurado.

Se você é tucano e imaginava que a blitz montada contra Sarney atiraria o PMDB no colo de José Serra e do PSDB nas eleições presidenciais de 2010, engula e digira a aliança cada vez mais consolidada dos peemedebistas em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff.


Se você é petista e pretendia aproveitar-se da fragilidade de José Sarney para tomar do PMDB o comando do bilionário setor elétrico, engula e digira o fato de que o galinheiro do pré-sal continuará nas mãos do ministro Edison Lobão, um sarneyzista até a alma.

Se você é daqueles que acreditam falar em nome da opinião pública, engula e digira a grande transformação da sociedade brasileira – a cada dia, ela dá menos ouvidos às orquestrações de falsos ventríloquos e intérpretes da vontade popular.


Se você ainda não entendeu a crise do Senado, engula e digira uma pequena verdade. De Sarney a Lula, passando por Collor, Itamar e FHC, pouca coisa mudou nos costumes políticos brasileiros. E, enquanto eles estarão se lambuzando nos seus banquetes, você ficará sempre do lado de fora. Será convidado a entrar na festa apenas na hora de assinar o cheque e pagar a conta. Eles engolirão favores, mamatas e privilégios. Você engolirá sapos - a seco.


FONTE:Revista IstoÉ Nº 2074 pag:41 12/agos/2009
Leonardo Attuch:Leonardo de Rezende Attuch (Brasília, 12/05/1971) jornalista brasileiro.
Iniciou sua carreira em Brasília, tendo atuado em diversos veículos de comunicação, como Correio Braziliense, Veja, Exame, Estado de Minas e IstoÉ Dinheiro. Recebeu vários prêmios pela sua atuação profissional, como os prêmios Citibank de Excelência em Jornalismo e Prêmio Abril de Jornalismo. Foi finalista do Prêmio Esso de Jornalismo e do Prêmio Embratel de Jornalismo. Tem uma coluna semanal na revista IstoÉ.