"Pecado é provocar desejo e depois renunciar."
(Renato Russo/Marisa Monte)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cataguasense presa por compra de anabolizantes



A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (1º), em flagrante, em Cataguases( MG), a comerciante Sayonara Aparecida dos Reis Fidélis, de 44 anos, que recebia pelos Correios. uma carga de anabolizantes.

Ao ser abordada, a comerciante portava uma caixa de papelão com duas substâncias: o Winstrol (esteróide androgênico intramuscular) e o Lipostabil (Fosfatidilcolina, uma enxima utilizada na quebra de células adiposas) .

Segundo o delegado da PF, Cláudio Nogueira, a encomenda foi postada no Estado do Paraná. As investigações apontam que os medicamentos vinham do Paraguai. Foram apreendidos 80 frascos de 300 ml do Winstrol, usado para aumentar a massa muscular, e 100 ampolas de Lipostabil, empregado para queimar gordura localizada. As mercadorias são avaliadas em R$3,2 mil e renderia o dobro no mercado negro.

Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/minas/mulher-que-recebia-anabolizantes-pelos-correios-e-presa-1.209915


Fábio Assunção: o drama continua?

Segundo informações do blog da jornalista Fabíola Reipert, o ator deu entrada na unidade do Albert Einstein, do bairro do Ibirapuera, em São Paulo, na madrugada desta segunda-feira, 6.

Ainda de acordo com o blog, Fabio Assunção chegou no hospital com taquicardia. A internação, no entanto, foi feita de forma discreta para não criar alarde e já havia seguranças esperando por ele no local.

À coluna TELENOTÍCIAS, do jornal O DIA, a assessoria da TV Globo disse desconhecer o fato, já que Fábio, por faltar às gravações, deixou a novela Insensato Coração na semana passada. O ator foi afastado da novela "Insensato Coração" da Rede Globo, supostamente por recaída às drogas.

Após pedir para se afastar de seu papel na novela "Insensato Coração", em que interpretaria o vilão Leo, o ator estaria sendo acompanhado pelo médico que acompanha seu tratamento contra dependência química,

Na terça-feira (30), o ator se pronunciou sobre sua saída da trama. De acordo com Fábio, ele está bem e vive um “momento muito especial”. Na nota, o ator afirma torcer pelo sucesso da nova novela da emissora e justifica sua decisão.

"Passei os dois últimos anos cuidando da minha saúde, dia a dia fazendo minhas escolhas e uma delas a de não colocar em risco o êxito do que venho construindo e nem o andamento e a organização da novela e dos meus colegas."

Fontes:

http://diversao.terra.com.br/gente/noticias/0,,OI4824978-EI13419,00-Fabio+Assuncao+retoma+tratamento+contra+dependencia+quimica.html

http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI192206-9531,00.html


No ano do Centenário

Depois de findar o ano SEMTERNADA do craque do Curintia, Ronaldo, continua seu trabalho árduo trabalho com a bola...

Esse sabe tudo a respeito de bola!!!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

(O cocô do) Patrão padrão


Lucas Mendes em ilustração de  Baptistão."A tubulação entupiu! Há cocô no banheiro, na sala, na varanda. Até no jardim. Chamem o patrão para limpar!"

Esta é a premissa de um dos mais bem sucedidos reality shows dos últimos anos na televisão americana. De origem inglesa, fermentado nos Estados Unidos, Undercover Boss - "Patrão Disfarçado" - há um mês arrebenta os índices de audiência.

O tema não é novo - a história e a literatura estão cheias de versões semelhantes - mas, com tempero sentimental, é irresistível. O presidente de uma grande empresa se disfarça de empregado e passa vários dias com a mão na massa como um recém-contratado. Um fictício treinamento para servir de modelo a futuros contratados justifica a presença das câmeras.

Rick Arquilla, presidente da Roto-Rooter, uma empresa de 75 anos que desentope 90% dos canos da população americana e atua em vários outros países, inclusive no Brasil, foi o personagem do primeiro capítulo.

De blue jeans, colete amarelo brilhante, capacete de operário e óculos de plástico, Rick Arquilla, no vestiário da empresa, se transforma no incompetente aprendiz Hank Damon. Na primeira missão, vai desentupir um banheiro de um casal negro num bairro de classe média baixa.

Segue as instruções do veterano, puxa cabelos e outras sujeiras do cano até chegar numa toalha. O instrutor dele, negro, é homem fino, mas tem problemas de dinheiro desde uma operação do coração que o seguro da empresa não cobriu. Teve de queimar a poupança e tomar dinheiro emprestado para pagar as contas, mas agora está bem de saúde, não se queixa de cansaço e parece feliz no trabalho.

A outra experiência do patrão é como despachante e recebe ordens de uma jovem mãe solteira sobre como atender o telefone, falar com o cliente e enviar o desentupidor.

O patrão dá vexame porque não consegue distinguir cores e não sabe ler o sistema que ele mesmo criou, dividido em amarelo, azul, laranja e verde. Ele fracassa, mas fica impressionado com a dedicação da funcionária que tem um filho autista, ganha mal e não pode pagar pela educação especial do filho.

O terceiro, o quarto e o quinto empregados estariam nas paredes de qualquer empresa como operário padrão. Gostaria que fossem meus amigos ou até parentes.

Roto Rooter desenha e fabrica muitas de suas peças nos Estados Unidos. Se fosse para o México ou para China, faria grande economia, mas o patrão se comove a ponto de chorar com a dedicação dos empregados.

Um outro, depois de limpar cocô o dia inteiro, vai ser técnico de basquete de adolescentes que ele busca e leva para casa para evitar que sejam contaminados pelas drogas e gangues das ruas de Chicago. E há Chris, que, como o pai do patrão, era alcoólatra. Está sóbrio há seis anos, mas o pai de Rick não teve a mesma firmeza e morreu pelo gargalo.

O final provoca nova choradeira quando o patrão convoca os empregados, confessa que é o presidente da empresa e distribui aumentos e benesses. O técnico de basquete ganha um furgão capaz de transportar 15 jogadores. A despachante ganha de presente a educação do filho, o cardíaco recebe da seguradora o dinheiro que gastou e Cris passa a ser o palestrante oficial da empresa para salvar alcoólatras e outros viciados. E, claro, apesar do prejuízo, a empresa patriota vai continuar nos Estados Unidos.

Em tempos normais, já seria uma fórmula campeã. Nesta crise, com milhões de desempregados, mais do que um programa de televisão, o Undercover Boss é uma terapia. Haja lenço. Como é bom trabalhar para uma grande empresa americana com seus patrões sensíveis e solidários!

Não é bem assim, revelam economistas que analisaram os números das empresas entre 1980 a 2005. Quase 100% dos novos empregos - 40 milhões - foram criados por empresas com menos de cinco anos ou com menos de cinco empregados.

General Motors e as grandes corporações, quando não cortam empregos geram pouquíssimos. E 25% das pequenas empresas na área de tecnologia que geraram tantos empregos foram criadas por imigrantes.

O professor e palestrante Fernando Dolabela, um dos maiores gurus brasileiros do empreendedorismo, sai pelo Brasil e pelo mundo pregando "que todos empregados são infelizes, preguiçosos, sem sonhos e que na empresa a única certeza é a demissão", diz ele.

E o patrão Estado, sonho de tantos brasileiros? Se o presidente Lula fosse se disfarçar de empregado, onde iria trabalhar? Ou estaria no Bolsa Família?

Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/04/100408_lucasmendes_tp.shtml

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/04/100408_lucasmendes_tp.shtml

Rapaz americano acusa mãe de assédio e calúnia pelo Facebook


LITTLE ROCK, Arkansas - A mãe de um rapaz de 16 anos acredita que estava apenas sendo responsável quando proibiu o rapaz de acessar o Facebook depois de ler que ele tinha dirigido a 150 km/h numa noite porque estava irritado com uma garota. A resposta do filho? Uma queixa por assédio moral numa corte local.

- Se eu for considerada culpada nesse processo estará aberta a temporada de caça aos pais - disse Denise New, a mãe.

Ela afirma que muitas das mensagens enviadas por seu filho não faziam bem para a imagem do garoto. Então, num dia que ele esqueceu de deslogar a conta, ela publicou seus próprios pensamentos e mudou a senha, para evitar que ele voltasse a escrever. Mas o rapaz afirma que o que ela escreveu não é verdade e que sua reputação está sendo prejudicada.

- As coisas que ele estava escrevendo fariam os olhos de qualquer pai saltarem e seu queixo cair - disse Denise - Ele já havia sido avisado sobre alguns posts.

Lane New, que mora com a avó, registrou uma queixa de assédio que foi aceita pelos promotores no dia 26 de março. Nenhum dos envolvidos revelou quais as mensagens no site o rapaz considerou difamadoras.

- Eu fiz três ou quatro comentários, o resto são conversas entre meu filho, eu e alguns amigos dele.

Na queixa escrita a mão, Lane afirma: "Primeiro Denise hackeou minha conta do Facebook e modificou minha senha. Ela também mudou a senha do meu email, para que eu não pudesse recuperá-la. Ela publicou mensagens que envolvem calúnia e fatos pessoais da minha vida".

Denise confirmou ter modificado as duas senhas para evitar que o filho tivesse acesso ao perfil do Facebook, mas negou ter hackeado a conta.

- Ele deixou a conta logada no meu computador. Não é que eu tenha roubado o seu laptop - argumentou.

Além do dia em que dirigiu em alta velocidade, Denise disse que várias outras mensagens a deixaram preocupada, mas não revelou os temas. Ela afirma que depois do caso abriu sua própria conta da rede social.

O promotor Todd Turner não comentou o caso, argumentando que o rapaz é menor de idade. Denise disse que Lane foi morar com a avó há cerca de cinco anos, depois que ela passou por um divórcio complicado, teve problemas emocionais e não se sentia capaz de dar ao filho a atenção que ele precisava. A audiência do caso será no dia 12 de maio.

Fonte:http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2010/04/08

quarta-feira, 24 de março de 2010

Por que as pessoas falam tanto?

O link deste texto me foi enviado por um amigo, me tocou tanto, me fez refletir que achei legal passar pra galera do blog. Leiam, deliciem-se e reflitam!!!

Bom dia pra todo mundo do bem!!!


"Uma vez passei dez dias num retiro de meditação vipássana, no interior do Rio de Janeiro, para fazer uma reportagem para ÉPOCA. Havia muitas regras. Uma delas era o silêncio. Por dez dias era proibido falar. Também devíamos evitar olhar para as outras pessoas. O objetivo era silenciar a mente até que não houvesse nenhum ruído também dentro de nós. Foi uma experiência fantástica, que me mudou para sempre. Nunca antes estive tão em mim. E nunca depois voltei a estar.

O silêncio e um progressivo mergulho interno, em vez de me alienar do mundo, me conectaram a ele de um modo até então inédito para mim. Eu sentia cada segundo, por que eles demoravam a passar. Percebia o vento e as nuances das cores do céu e das folhas das árvores em detalhes. Olhava, cheirava, ouvia e tocava o mundo como se tudo fosse novo. Cada centímetro de terra era capaz de me ocupar por minutos. Sem palavras, a realidade me alcançava com mais força. Finalmente eu não apenas compreendia, mas vivia a poesia de Alberto Caeiro: “Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo”.
Antes que alguém tenha ideias, experimentei tudo isso sem nenhuma droga. Nenhuma mesmo. Não podíamos tomar álcool, fumar ou ingerir qualquer medicamento, nem mesmo aspirina. Minha droga era a lucidez. Naqueles dez dias, ouvi com mais clareza a mim mesma. E passei a escutar melhor o mundo em que vivia. Senti que finalmente estava no mundo. Eu era.
No décimo dia, voltamos a falar. O retiro acabaria no dia seguinte e precisávamos nos preparar para retornar a uma realidade cotidiana de ruídos e demandas excessivas. Lembro que eu não queria falar. Fiquei assustada quando todo mundo começou a falar ao mesmo tempo. Percebi que a maioria do que se dizia nunca deveria ter sido dito. Sobrava.
Uma parte eram fofocas que haviam sido guardadas por dias. E que poderiam ter ficado impronunciadas para sempre. Percebi, principalmente, que depois de dez dias de silêncio muitas de nós não queriam ouvir. Só falar. Poucas eram aquelas que realmente desejavam escutar a experiência da outra, a voz da outra. A maioria só queria contar da sua. Não tinham sentido falta de outras vozes, apenas do som da sua. Dez dias de silêncio não tinham sido suficientes para acabar com nossa surdez à voz alheia.
A reportagem foi publicada, com o título de “O inimigo sou eu”. Eu segui, guardando em parte o que aprendi lá. E tenho sentido falta daqueles dez dias de silêncio, agora que aumenta em níveis quase insuportáveis a poluição sonora dentro e fora de mim.
Acho que nunca escutamos tão pouco. E talvez por isso nunca fomos tão solitários. Quando faço palestras sobre reportagem, os estudantes de jornalismo costumam perguntar o que devem fazer para se tornarem bons repórteres. Minha resposta é sempre a mesma: escutem. Acredito que mais importante do que saber perguntar é saber escutar a resposta. Não apenas para ser um bom jornalista, mas para ser uma boa pessoa. Escutar é mais do que ouvir. Como repórter e como gente esforço-me para ser uma boa “escutadeira”.
É a escuta que nos leva ao mundo. E é a escuta que nos leva ao outro. Quando não escutamos, nos tornamos solitários, mesmo que estejamos no meio de uma festa, falando sem parar para um monte de gente. Condenamo-nos não à solidão necessária para elaborar a vida, mas à solidão que massacra, por que não faz conexão com nada. Não escutamos nem somos escutados. Somos planetas fechados em si mesmos. Suspeito que essa é uma época de tantos solitários em grande parte pela dificuldade de escutar.
Basta observar. As pessoas não querem escutar, só querem falar. Depois de muita observação, classifiquei cinco tipos básicos de surdos. Há aqueles que só falam e pronto. Emendam um assunto no outro. Fico prestando atenção para detectar quando respiram e não consigo. Acho que inventaram um jeito de falar sem respirar. E ganhariam mais dinheiro se entrassem em algum concurso de tempo sem oxigênio embaixo d’água. Aí, pelo menos, ficariam quietos por um momento.

Existem aqueles que falam e falam e, de repente, percebem que deveriam perguntar alguma coisa a você, por educação. Perguntam. Mas quando você está abrindo a boca para responder, já enveredaram para mais algum aspecto sobre o único tema fascinante que conhecem: eles mesmos.
Há aqueles que fingem ouvir o que você está dizendo. Você consegue responder. Mas, quando coloca o primeiro ponto final, percebe que não escutaram uma palavra. De imediato, eles retomam do ponto em que haviam parado. E não há nenhuma conexão entre o que você acabou de dizer e o que eles começaram a falar.
Existem aqueles que ouvem o que você diz, mas apenas para mostrar em seguida que já haviam pensado nisso ou que sabem mais do que você, o que é só mais um jeito de não escutar.
Há ainda os que só ouvem o que você está dizendo para rapidamente reagir. Enquanto você fala, eles estão vasculhando o cérebro em busca de argumentos para demolir os seus e vencer a discussão. Gostam de ganhar. Para eles, qualquer conversa é um jogo em que devem sempre sair vitoriosos. E o outro, de preferência, massacrado. Só conhecem uma verdade, a sua. E não aprendem nada, por acreditarem que ninguém está à altura de lhes ensinar algo.
É claro que há um mix das várias espécies de surdos. E devem existir outras modalidades que você deve ter detectado, e eu não. O fato é que vivemos num mundo de surdos sem deficiência auditiva. E uma boa parte deles se queixa de solidão.
É um mundo de faladores compulsivos o nosso. Compulsivos e auto-referentes. Não conheço estatísticas sobre isso, mas eu chutaria, por baixo, que mais da metade das pessoas só falam sobre si mesmas. Seu mundo torna-se, portanto, muito restrito. E muito chato. Por mais fascinantes que possamos ser, não é o suficiente para preencher o assunto de uma vida inteira.
Num ótimo artigo, intitulado Escutatória, o escritor Rubem Alves diz: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular”.
Quando não escutamos o mundo do outro, não aprendemos nada. Acontece com o chefe que não consegue escutar de verdade o que seu subordinado tem a dizer. A priori ele já sabe – e já sabe mais. Assim como acontece com a mulher que não consegue escutar o companheiro. Ou o amigo que não é capaz de escutar você. E vice-versa.
Tornamo-nos muito sozinhos no gesto de não escutar. Em Revolutionary Road (Sam Mendes, 2008), traduzido para as telas de cinema do Brasil como “Foi apenas um sonho”, a cena final é a síntese dessa relação simbiótica entre surdez e solidão. Não a surdez causada pela deficiência auditiva, mas essa outra de que falamos, esta que é mais triste por ser escolha. Quem viu, não esqueceu. Quem não viu, pode pegar o dvd em qualquer locadora. Essa cena final vale por alguns milhares de palavras.
Sempre pensei muito sobre por que as pessoas falam tanto – e por que têm tanta dificuldade de escutar. Qual é a ameaça contida no silêncio? O que temem tanto ouvir se calarem a sua voz por um momento? Por que precisamos preencher nosso mundo – inclusive o interior – com tantos ruídos?
Acho que cada um de nós poderia parar alguns minutos e fazer a si mesmo estas perguntas.
Percebo também que há uma pressão para que nos tornemos falantes. Ser falante supostamente seria uma vantagem no mundo, especialmente no mundo do trabalho. Mesmo que você não diga nada de novo, mesmo que você repita o que o chefe disse com outras palavras. Mas falar, qualquer coisa, é marcar presença, é uma tentativa de garantir-se necessário. E ser quieto, calado, é visto como um tipo invisível de deficiência. Como se lhe faltasse algo, palavras. Mas será que as palavras estão ali, nessa falação desenfreada? Ou melhor, será que quem fala está realmente naquele discurso? Tenho dúvidas.
Por qualquer caminho que se possa pensar, me parece que o silêncio soa ameaçador. Em parte, pelo que ele pode dizer sobre nós. Enchemos nossa vida de barulho, da mesma forma que atulhamos nossos dias de tarefas, com medo do vazio. Tarefas em uma agenda cheia constituem outro tipo de ruído. E o vazio também é uma forma de silêncio.
Em rasgos de intolerância, achava que os falantes compulsivos eram apenas muito chatos e muito egocêntricos. Que as pessoas não escutavam – o silêncio e o outro – por prepotência. Mas acredito que é bem mais complicado que isso.
Há dois livros muito interessantes que pensam sobre a escuta. A Hermenêutica do Sujeito, de Michel Foucault (Martins Fontes), e Como Ouvir (Martins Fontes), um livrinho pequeno e precioso de Plutarco. Eles mostram que escutar é se arriscar ao novo, ao desconhecido. Na audição, mais do que em qualquer outro sentido, a alma encontra-se passiva em relação ao mundo exterior e exposta a todos os acontecimentos que dele lhe advêm e que podem surpreendê-la. Ao ouvir, nos arriscamos a sermos surpreendidos e abalados pelo que ouvimos, muito mais do que por qualquer objeto que possa nos ser apresentado pela visão e pelo tato.
Faz muito sentido. As pessoas não escutam porque escutar é se arriscar. É se abrir para a possibilidade do espanto. Escancarar-se para o mundo do outro – e também para o outro de si mesmo.
Escutar é talvez a capacidade mais fascinante do humano, por que nos dá a possibilidade de conexão. Não há conhecimento nem aprendizado sem escuta real. Fechar-se à escuta é condenar-se à solidão, é bater a porta ao novo, ao inesperado.
Escutar é também um profundo ato de amor. Em todas as suas encarnações. Amor de amigos, de pais e de filhos, de amantes. Nesse mundo em que o sexo está tão banalizado, como me disse um amigo, escutar o homem ou mulher que se ama pode ser um ato muito erótico. Quem sabe a gente não experimenta?
Escutar de verdade implica despir-se de todos os seus preconceitos, de suas verdades de pedra, de suas tantas certezas, para se colocar no lugar do outro. Seja o filho, o pai, o amigo, o amante. E até o chefe ou o subordinado. O que ele realmente está me dizendo?
Observe algumas conversas entre casais, famílias. Cada um está paralisado em suas certezas, convicto de sua visão de mundo. Não entendo por que se espantam que ao final não exista encontro, só mais desencontro. Quem só tem certezas não dialoga. Não precisa. Conversas são para quem duvida de suas certezas, para quem realmente está aberto para ouvir – e não para fingir que ouve. Diálogos honestos têm mais pontos de interrogação que pontos finais. E “não sei” é sempre uma boa resposta.
Escutar de verdade é se entregar. É esvaziar-se para se deixar preencher pelo mundo do outro. E vice-versa. Nesta troca, aprendemos, nos transformamos, exercemos esse ato purificador da reinvenção constante. E, o melhor de tudo, alcançamos o outro. Acredite: não há nada mais extraordinário do que alcançar um outro ser humano. Se conseguirmos essa proeza em uma vida, já terá valido a pena.
Escutar é fazer a intersecção dos mundos. Conectar-se ao mundo do outro com toda a generosidade do mundo que é você. Algo que mesmo deficientes auditivos são capazes de fazer."

[Eliane Brum]

Repórter especial de ÉPOCA, integra a equipe da revista desde 2000. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de Jornalismo. É autora de A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).

quarta-feira, 17 de março de 2010

Uma piadinha... Pra rir!!!

Riqueza semântica

Um político que estava em plena campanha chegou a uma cidadezinha, subiu em um caixote e começou seu discurso:

- Compatriotas, companheiros, amigos! Nos encontramos aqui convocados, reunidos ou ajuntados para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou devida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é minha postulação, aspiração ou candidatura à Prefeitura deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:

- Escute aqui, por que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa?

O candidato responde

- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na esquina.

De imediato, o bêbado se levanta cambaleando e responde:

- Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O fato, circunstância ou razão de que me encontre (hic) em um estado etílico, bêbado ou mamado (hic) não implica, significa, ou quer dizer que meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo (hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic), seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à puta que o pariu!





sexta-feira, 12 de março de 2010

Morre cartunista Glauco Villas Boas



O cartunista Glauco Villas Boas, conhecido como Glauco, 52 anos, e seu filho Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada desta sexta-feira (12) durante uma tentativa de assalto na residência da família em Osasco, na Grande São Paulo.
Os dois foram socorridos e levados para o Hospital Albert Sabin, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, mas chegaram mortos ao local. O hospital confirmou a entrada dos corpos de pai e filho à 0h45. Os corpos chegaram ao Instituto Médico Legal de Osasco às 6h50 desta sexta-feira. Ninguém foi preso, segundo a Polícia Militar. O acusado pelo crime é o estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 24 anos, que seria um ex-adepto. O rapaz, que já tem passagem por porte de drogas, foi reconhecido por pelo menos quatro testemunhas. A polícia desmentiu a versão apresentada pelo advogado da família, ricardo hambro, de que pai e filho tinham sido vítimas de latrocínio - roubo seguido de morte. Segundo o delegado Seccional de Osasco, Arquimedes Cassão, o pai do estudante também responde por tráfico de drogas.

Glauco e a família moravam na comunidade. O estudante chegou ao local na madrugada desta sexta-feira, por volta de 0h30m, ao fim de uma cerimônia de Santo Daime, em um Gol cinza. Há duas versões para a discussão que culminou com a morte de pai e filho.

Numa delas, o rapaz teria iniciado uma discussão com Raoni. Glauco teria se aproximado e o estudante atirou nos dois. A outra é que o desentendimento começou com Glauco, num terreno ao lado da residência da família, e que Raoni, que acabava de chegar da faculdade, viu o pai ser ameaçado e interveio. Pouco antes, o próprio estudante teria ameaçado se matar e teria sido impedido pelo cartunista.

Pai e filho foram mortos com quatro tiros cada um, disparados por uma pistola 765. Dez tiros foram disparados - dois foram balas perdidas.

Glauco era adepto de santo daime, fundador da comunidade e coordenador do grupo céu de maria . O conjunto de aproximadamente 10 casas fica numa área de mata na Estrada Alpina, perto do Pico do Jaraguá, na Zona Oeste da capital paulista. Para chegar até o local, é preciso percorrer cerca de 1 km de estrada de terra, em desnível.

Boletim de ocorrência registrou homicídio

A versão do advogado da família não chegou sequer a ser mencionada no boletim de ocorrência, registrado no 1º Distrito Policial de Osasco. O caso foi registrado como homicídio e não como latrocínio - roubo seguido de morte.

O boletim de ocorrência informa que Glauco e Raoni foram mortos por volta de 0h30m. Quando viaturas da Polícia Militar chegaram ao local do crime, pai e filho já tinham sido encaminhados ao hospital Albert Sabin, onde morreram. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os criminosos eram três e ocupavam um Gol cinza.

É fácil entrar na comunidade. Não há guaritas ou serviço de segurança, apenas um portão de madeira e um muro de cerca de 1,20 metro de altura. Nesta sexta, depois do crime, a PM mantém uma viatura no local, impedindo a entrada da imprensa e de curiosos. O crime chocou os vizinhos.

-Ele era um vizinho muito tranquilo e querido. Trabalhava em casa e saía pouco - diz o eletricista Luiz Antonio Alves, que mora a 300 metros da comunidade, instalada no fim da Estrada da Alpina, no bairro Santa Fé, em Osasco.

A comunidade Céu de Maria, cujo nome é Centro Eclético da Fluente Luz Universal, teria sido formada pelo próprio cartunista.

Os moradores da comunidade não quiseram se pronunciar. Um homem que se identificou apenas como Jessie - não quis dar o sobrenome - entrou na Céu de Maria na manhã desta sexta. Disse que todos estão muito abalados e que o crime é uma tragédia, mas não quis fazer outros comentários sobre o assassinato.

A trajetória de Glauco

No começo dos anos 70, o paranaense Glauco foi trabalhar no "Diário da Manhã", em Ribeirão Preto, onde fazia a tira "Rei Magro e Dragolino". Pouco tempo depois, em 1976, o jovem cartunista foi premiado no Salão de Humor de Piracicaba. Com o destaque do prêmio, no ano seguinte ele começou a publicar esporadicamente suas tiras na Folha de S. Paulo.

Mas, foi a partir de 1984 que ele passou a desenvolver tiras diárias para competir com as americanas. Foi na Folha, que começou a parceria com Angeli e Laerte. Os três alcançariam sucesso nas bancas em revistas como a "Chiclete com Banana", com tiragens de até 150 mil exemplares e com a tira "Los 3 amigos".

Autor de tipos como "Dona Marta", "Zé do Apocalipse", "Doy Jorge" e "Geraldinho", Glauco manteve-se fiel ao seu traço único, com nanquim no papel. Ele também fez parte da equipe de redatores do programa "TV Pirata", da TV Globo. Glauco também era músico e tocava guitarra em bandas de rock.

Atualmente, ele publicava diariamente seus trabalhos, entre tirinhas e charges, no jornal Folha de S.Paulo.

O cartunista era frequentador do Santo Daime, uma manifestação religiosa surgida na região amazônica, sendo padrinho fundador da igreja Céu de Maria, que ficava em sua casa, onde deve ser velado.


Fonte: Globo online

segunda-feira, 8 de março de 2010

Casal deixa criança de três meses morrer

Um casal sul-coreano "viciado em internet" deixou sua bebê de três meses morrer de inanição enquanto criava uma filha virtual na web, disse a polícia local. Segundo a agência de notícias oficial Yonhap, o casal alimentava sua bebê prematura apenas uma vez por dia, entre períodos de 12 horas passados em um internet café.

O oficial da polícia Chung Jin-won disse à Yonhap que o casal “perdeu a vontade de viver uma vida normal” depois que os dois perderam seus empregos. O pai, de 41 anos de idade, e sua mulher, 25 anos, foram presos na cidade de Suweon, ao sul de Seul, no início da semana, cinco meses depois de terem reportado a morte da bebê. Eles estavam foragidos desde a morte da criança.

"Eu sinto muito pelo que fiz e espero que minha filha não so mais céu", disse o pai num site da Uol.

A autópsia mostrou que sua morte foi provocada por um longo período de desnutrição. O casal teria ficado obcecado em criar uma menina virtual chamada Anima, no popular jogo Prius Online, disse a polícia nesta sexta-feira.

O jogo permite aos jogadores interagir com Amina e enquanto fazem isso, a ajudam a recuperar sua memória perdida e desenvolver emoções.

Já houve outros casos de morte ligados ao vício em jogos de computadores na Coreia do Sul, onde um jovem morreu supostamente depois de passar cinco dias jogando com apenas pequenos intervalos.

FONTE:http://www.qatarliving.com/taxonomy/term/48477



Homem mata adolescente assediada pela Internet

O britânico Peter Chapman admitiu nesta segunda-feira (8) na justiça que estuprou e matou uma adolescente de 17 anos que seduziu pelo Facebook.


Chapman, de 33 anos, mentia ser mais jovem e usava fotos de um adolescente para atrair meninas na rede social. Segundo reportagem do jornal “The Daily Mail”, o homem já havia sido preso por estupro outras duas vezes.


Ashleigh foi estrangulada em 25 de outubro do ano passado. O corpo da jovem foi encontrado em um campo próximo a Sedgefield, no interior da Inglaterra.


Segundo o promotor Graham Reeds, amigas da adolescente contaram que ela tinha baixa autoestima porque os garotos não se interessavam por ela.

Na investigação, a polícia encontrou no computador diversos diálogos da jovem com o estuprador. “Desde o começo, ele parecia obcecado por sexo e tentava marcar encontros com ela”, disse o promotor ao "Daily Mail". Chapman também mandou mensagens de texto explícitas para o celular da adolescente.


O homem admitiu os crimes no primeiro dia de seu julgamento, nesta segunda. A sentença ainda não foi determinada pelo juiz.

FONTE:http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/

sexta-feira, 5 de março de 2010

Sexta com chuva....

Pensei ... Como me presentear numa sexta-feira nublada, premeada com uma conjuntivite, irritante? Lembrei-me de uma crônica do Miguel Falabella. Gostoso de se ler, como tudo que escreve. Um presente para mim e pra quem gosta de boa leitura. Boa sexta-feira de sol e de chuva!


"No teatro, só sobrevivem aqueles que conseguem suportar
o tal olhar que o abismo lança de volta"

Sentado num canto da imensa sala de ensaios eu, como o narrador de Isherwood, sou uma câmera. Diogo Vilela está cantando uma canção enquanto vai-se transformando em Zazá, um renomado travesti da Riviera, seu personagem em “A Gaiola das Loucas”. É fascinante observar um ator no exercício da criação, eu penso, enquanto ele evolui pela sala, seguindo os passos de seu número. Não sei por que, mas me vem à mente um pensamento de Nietzsche sobre o perigo de se olhar para o abismo, porque ele termina olhando de volta. No teatro, só sobrevivem aqueles que conseguem suportar o tal olhar que o abismo lança de volta, eu penso, porque é essa a sensação que temos ao encarar um novo texto, uma nova história, uma nova vida. Começar do zero, engatinhar, descobrir um caminho que é só nosso e, principalmente, aprender a respirar como nos pede o autor. Começar outra vez, é isso. Atravessar o túnel em busca da luz. O fato é que, por essas e outras, a mirada do abismo volta e meia nos ronda. Agora, a canção já está no meio e eu me preparo para entrar em cena, enquanto a chuva castiga sem piedade a São Paulo que também se prepara para o Carnaval.

A chuva cai sobre o telhado do galpão e cria um fundo sonoro constante e monótono. A câmera que eu sou, talvez operada por algum mecanismo da memória, resolve buscar um plano de algum momento do passado e eu vejo o rosto de minha mãe num reflexo do vidro, que surge entre a lente que são meus olhos e a cena da peça que avança – agora, Diogo aplica um batom vermelho e a cor faz mamãe sorrir, porque para a família de papai, mais burguesa e, de certa forma, conservadora, mamãe era conhecida como “vermelha”. A gente sabe que está envelhecendo quando ainda usa termos como esse, eu penso, mas enfim... Mamãe esteve presa por algumas horas durante a revolução, porque a Faculdade de Filosofia da época fervia de ideias e vários professores foram denunciados. Isso, é claro, contribuiu para aumentar sua fama e o adjetivo era dito de forma carinhosa e galhofeira nas reuniões da família de papai. Ela não ligava e convivia com as tias professoras primárias e os tios militares com uma harmonia e uma felicidade que foram um grande legado, eu penso hoje em dia. Mamãe era uma mulher de esquerda, é claro, mas de uma esquerda encharcada de humanidade, que realmente honrava seu princípio básico.

Transitava como ninguém por Sartre e Marcuse e sentava-se à noite, ao lado da família, para assistir aos folhetins de Janete Clair. Aliás, lembrei agora de um pensamento de Herbert Marcuse que tem a ver com o movimento dessa câmera que sou eu, no ensaio à tarde: o tempo não cura nada, mas tira o incurável do foco central. O agudo final da canção de Diogo me traz de volta e eu ainda vejo mamãe desaparecer como uma névoa que se dissipa soprada pelo vento. Sinto saudades dela, gostaria de ouvir sua voz outra vez. Alguém me chama a atenção. Eu preciso entrar em cena. Avanço na direção de Diogo e tropeço na primeira fala. Peço desculpas e recomeço. É a tal história. O abismo sempre olha de volta. Sempre. Lá fora, continua a chover.

Miguel Falabella é ator, diretor, dramaturgo e autor de novelas.

Fonte:http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A História do Pênis

Show de bola nessa produção francesa. Vale assistir!

A mulher e a Logomarca

A mulher e a logomarca

Um marido está em casa assistindo a um jogo de futebol, quando sua mulher sai de casa e volta logo em seguida e o interroga?

- Querido, você pode consertar meu carro? Ele parou de funcionar logo que saí da garagem...

Ele olhou para ela e respondeu com raiva:

- Consertar seu carro? Você tá vendo a logomarca da Fiat na minha testa?

A esposa desiste de sair e vai à geladeira para tomar água e encontra a porta quebrada e volta pra ele e pergunta:

- Então, você pode consertar a porta da geladeira? Ela não está fechando direito...

E ele respondeu:

-Consertar a porta da geladeira? Você tá vendo a logomarca da Brastemp na minha testa?

-Tudo bem, ela disse.

E vai acender a lâmpada da varanda e lembra que está queimada, volta ao marido e pergunta:

- Então você pode pelo menos trocar a lâmpada da porta da frente? Ela está queimada há semanas.

E o marido:

- Trocar a lâmpada da porta da frente? Você está vendo a logomarca da Philips na minha testa? Eu não agüento mais você! Vou para o bar!!!

Então ele foi para o bar e bebeu por algumas horas. Ele começou a se sentir culpado pela forma como tratou sua esposa e decidiu voltar para casa e ajudá-la.

Quando ele chegou em casa viu que o carro da sua mulher já estava na garagem.

Ao entrar na casa, ele viu que a luz da porta de entrada já estava trocada, foi pegar uma cerveja e percebeu que a porta da geladeira havia sido consertada.

Querida - ele perguntou:

- Como todas essas coisas foram consertadas?

Ela disse:

- Bem, quando você saiu, eu sentei lá fora e chorei. Então um jovem muito simpático me perguntou o que estava errado e eu lhe contei.

Ele se ofereceu para consertar tudo, e o que eu tinha a fazer era escolher entre ir para a cama com ele ou fazer um bolo.

O marido disse:

- Então, que tipo de bolo você fez para ele, meu amor?

Ela respondeu:

- Aloooôôôôô!!!

Você tá vendo a logomarca da "Dona Benta" na minha testa?

MORAL DA HISTÓRIA:

MARCA QUE NÃO DÁ ASSISTÊNCIA, ABRE ESPAÇO PARA A CONCORRÊNCIA !!!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Zilda Arns: Nobel póstumo.


Zilda Arns, idealizadora e administradora da Pastoral da Criança, foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz em 2001, 2002 e 2003. Não ganhou. É improvável que o leitor lembre-se dos ganhadores deste prêmio naqueles anos, afora o último, dado a um falcão da guerra: Barak Obama. Zilda morreu agora no Haiti e foi a pior perda do cataclismo entre tantas dezenas de mortos, ilustres ou não, conhecidos ou anônimos, sorvidos pela tragédia de poucos dias atrás. Perda não do Brasil, mas da humanidade. Fazendo uma análise dos números da Pastoral da Criança, a catarinense Zilda foi a maior mulher brasileira do Século XX, e, por sua trajetória, uma daquelas que ombreia com as mais importantes e conhecidas mulheres líderes mundiais. Os números que vem a lume nestes dias impressionam pelo gigantismo. No dizer da própria Zilda, medidas simples e baratas, como ferver a água a ser dada para as crianças, lavar as mãos, usar soro doméstico, alfabetizar as mães e ensinar-lhes um ofício, transformou os números da mortalidade infantil. E levou a Pastoral da Criança do Brasil a cruzar fronteiras para outros 27 países latinos e africanos. O teste inicial destas propostas de Zilda, há cerca de trinta anos, fez cair a mortalidade infantil no município-cobaia de 127 óbitos por mil, para 20 por mil. Não havia dúvida: eram medidas inovadoras no trato da mortalidade infantil entre as populações mais carentes e que davam resultados para lá das melhores expectativas. E os números cresceram depressa. Hoje são 1,8 milhões de crianças atendidas do zero aos seis anos de idade. Por 260 mil voluntárias em 42 mil comunidades pobres de mais de 4 mil municípios brasileiros. Afora as quase cem mil gestantes que buscam informações e auxílio. Os números da mortalidade infantil desabaram no Brasil, graças a Zilda e seus ensinamentos. Mais, em um país de corruptos, nunca se ouviu uma informação desabonatória a este trabalho gigantesco. Pelo simples fato de as 260 mil voluntárias, moradoras das regiões que a Pastoral atende, trabalharem de graça. Questionadas sobre nada ganharem afirmam: realizamos-nos com o reconhecimento das pessoas. Obra e resultado deste porte levam a vida e a morte para outra dimensão. E é obrigação do Governo brasileiro e da própria Pastoral propor e defender o nome de Zilda para um Nobel de reconhecimento póstumo.


ivarhartmann@terra.com.br
*Ivar Hartmann é promotor púbico aposentado e colunista do Jornal NH - Gruposinos, Novo Hamburgo, RS

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

DESESPERO NO HAITI


O desespero se espalhava hoje entre os sobreviventes do terremoto registrado no Haiti, porque a enorme quantidade de ajuda da comunidade internacional ainda não chegou a eles.

A falta de presença policial aumentou a insegurança e há um aumento dos casos de pilhagem em Porto Príncipe, alerta a "Radio Metropole".

A Missão das Nações Unidas de Estabilização no Haiti (Minustah) é a única força que tenta combater a deterioração da situação de insegurança, mas a tarefa é complicada, devido à amplitude da catástrofe.

O responsável das operações de manutenção da paz da ONU, Alan Le Roy, teme que a situação de insegurança piore nos próximos dias, e que as agressões e atos de criminalidade aumentem, segundo a mesma fonte.

A água e os alimentos estão escassos e, quando existem, são vendidos a altos preços, as comunicações continuam cortadas - exceto as por satélite -, o mau cheiro dos cadáveres em decomposição e a poeira dos edifícios que desabaram torna o ar irrespirável.

Também não há meios de transporte por falta de combustível e porque muitas vias estão intransitáveis, e os hospitais não dão conta de atender os feridos.

O desespero se transformou em raiva em alguns lugares, e houve saques e até barricadas feitas com cadáveres em algumas ruas, informa a imprensa local e internacional.

Milhares de pessoas passaram a terceira noite ao relento, mas desta vez, pelo menos, só houve um tremor e não muitos, como ocorre desde terça-feira, quando aconteceu o terremoto de 7 graus na escala Richter e com epicentro a 15 quilômetros da cidade.

Segundo a "Radio Metropole", quatro minutos antes das 4h local, aconteceu um tremor de 4,7 graus, cujo epicentro ficou 75 quilômetros ao oeste da capital.

Depois do sismo da terça-feira, houve 43 réplicas de magnitude entre 4,4 e 5,9 graus, acrescentou a emissora.

As pessoas nas ruas, porque perderam a casa no terremoto ou porque têm medo de voltar para seu lar e este desabe se a terra voltar a tremer, sentem-se abandonadas à própria sorte.

Paradoxalmente, toneladas de ajuda de todo tipo e centenas de médicos, bombeiros e especialistas em resgate de vítimas de terremotos chegaram ou estão a caminho do Haiti a partir de todos os cantos do mundo.

No entanto, há falhas de logística. No aeroporto de Porto Príncipe, sem torre de controle nem controladores, foi preciso suspender ontem por várias horas a chegada de mais aviões, devido ao congestionamento.

O Governo haitiano está desintegrado, com alguns membros desaparecidos, e sem comunicações.

O pessoal da ONU, organizações humanitárias ou pessoas enviadas por outros países para socorrer os haitianos tentam levar um pouco de alívio a uma população que desde na terça-feira vive em agonia.

O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 de Brasília da terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia falado de "centenas de milhares" de mortos.

O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 14 militares do país que participam da Minustah morreram em consequência do terremoto.

A brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica, também morreu no tremor.

Diferente dos dados do Exército, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, aumentou hoje o número de mortos para 17 - considerando as mortes de Luiz Carlos da Costa, funcionário da ONU, e de outro brasileiro que não identificou -, segundo informações da "Agência Brasil".

Fonte: Terra

Terrremoto no Haiti

Saques e desespero marcam o terceiro dia dos haitianos após terremoto
Sentadas entre escombros, vítimas aguardam a atuação de médicos
e equipes de resgate


O terceiro dia dos haitianos após o terremoto que devastou o país é marcado pelo desespero em busca de ajuda e comida. Dezenas de milhares de pessoas estão desabrigadas e feridas pelas ruas da cidade. Sentadas entre escombros, elas aguardam a atuação de médicos e equipes de resgate. Segundo os dados mais recentes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), 70% dos edifícios em muitas áreas da capital do Haiti, Porto Príncipe, ficaram destruídos por causa do terremoto que assolou o país caribenho. O nível de destruição aumenta na medida em que se chega no centro da cidade. Muitos haitianos estão tentando sair do país, alguns tentam romper a fronteira com a República Dominicana. Falta comida e água e os corpos continuam nas ruas. Caminhões de água e comida são atacados pela população que, desesperados, tentam saciar a fome e a sede. Uma das cenas mais chocantes até o momento é a dos haitianos colocando corpos nas estradas como forma de protesto contra a demora na ajuda humanitária. A agência da ONU alerta para a propagação de doenças, já que o fornecimento de água no país foi prejudicado. O número de militares brasileiros mortos no terremoto que arrasou o Haiti pode chegar a 17, segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim. O número ainda não foi confirmado pelas Forças Armadas. Jobim afirmou que pelo menos quatro militares do Brasil seguem desaparecidos após o terremoto. O brasileiro Luiz Carlos da Costa, segundo no comando da missão de paz da Organização das Nações Unidas no Haiti, está desaparecido no Haiti. — Estamos pensando em 17 mortos. Continuam as buscas e a localização, mas evidentemente que a palavra desaparecidos funciona como um eufemismo — explicou o ministro Nelson Jobim.
Cenário é de guerra no país caribenho
É um resumo da desgraça provocada por um tremor de 7,3 graus na escala Richter que, nesta terça-feira, matou dezenas de milhares de pessoas e atingiu pelo menos 3,5 milhões. A morte de dois militares gaúchos que, em meio à miséria do Haiti, serviam às forças de paz da ONU, foi confirmada pelo Exército. Outros 12 brasileiros também morreram no tremor de 7,3 graus na escala Richter — entre eles a missionária Zilda Arns, 73 anos.

O Corpo da médica e missionária Zilda Arns chega ao Brasil
O corpo da missionária Zilda Arns chegou ao Paraná nesta sexta-feira, por volta das 10h19min. Familiares que esperavam no aeroporto ficaram comovidos ao ver o caixão. Na madrugada, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) trouxe do Haiti a freira que acompanhava Zilda na América Central. Irmã Rosangela Maria Altoé relatou o ocorrido, emocionada. — Estávamos do terceiro andar quando um ouvimos um estrondo. O chão começou a desabar e eu cai — disse Rosangela. Um cortejo em carro de bombeiros saiu do Aeroporto Internacional de Curitiba e chegou ao Palácio das Araucárias, sede do governo paranaense por volta das 11h30min. Desde às 9h, pessoas já formavam uma fila no local para dar adeus a presidente da Pastoral da Criança. Em meio a dor, familiares recebiam as homenagens à missionária.

Fonte:http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/haiti/