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Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o incêndio começou por volta das 18h. Há 22 viaturas no local, num total de 70 homens, na tentativa de combater as chamas.
Não há informações sobre a origem do incêndio. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), há várias viaturas no local, mas não foram feitos bloqueios de ruas ou avenidas.
A favela do Jaguaré já foi atingida por outros incêndios em 2000, 2003 e 2006, e também sofre com deslizamento de terras em época de chuvas intensas.
Contabiliza-se que cerca de 350 famílias tenham perdido todos os seus pertences no incêncio, suspeita-se que a causa do incêncio tenha sido um "gato" na rede elétrica.
Às 19:40 0 Corpo de Bombeiros declarou o incêncio totalmente controlado começando o trabalho de resfriamento da favela. Cerca de 1.500 metros da favela foi atingido pelo fogo.
O prefeito Kassab esteve presente no local e pediu que uma equipe fosse formada com o objetivo de realocar as famílias, para que as mesmas tivessem um local adequado para passar a noite.
Desde então, tal princípio vem se afirmando, aos trancos e, sobretudo, aos barrancos, por várias razões.
Há etnias e culturas que não topam aquela ideia proclamada 250 anos atrás.
Não conseguimos decidir se nossa igualdade de direito deve implicar ou não uma igualdade de fato. Depois de algumas tentativas desastradas, parece que concluímos que o importante é que todos tenhamos ao menos oportunidades parecidas no começo da vida. E stamos longe disso.
Mesmo acreditando na unidade da espécie e na igualdade dos direitos, adoramos pertencer a uma turma e continuamos enxergando um mundo dividido em nações, etnias, raças, classes, torcidas etc. Claro, prezamos nossa singularidade e, por isso, queremos ser contados um a um, como indivíduos, cada um diferente e único dentro da espécie comum. Mas também gostamos de privilégios, e os privilégios são mais "agradáveis" quando são negados a um grupo de excluídos: sala VIP só tem "graça" se os outros esperam no saguão do aeroporto. Em suma, no mínimo, a vontade de sermos singulares nos induz a criar grupos de discriminados, "diferentes" de nós.
As vítimas dessa discriminação, na hora de invocar o princípio da igualdade de todos para obterem os mesmos direitos dos demais, são obrigadas a se constituírem como grupo. Sem isso, sua reivindicação não teria chance alguma: o protesto de um negro discriminado será sem efeito se não existir algum "movimento negro".
Em tese, os grupos de vítimas da discriminação deveriam ser fundados em "identidades de defesa", ou seja, identidades que surgem provisoriamente, de maneira reativa. Por exemplo, "os negros" existem como grupo, aos olhos dos racistas, para serem discriminados; ora, a luta contra essa discriminação exige uma identidade positiva, de modo que os negros possam existir como grupo na hora de se opor à sua discriminação. No caso, eles afirmarão e valorizarão uma improvável ascendência racial comum. Problema: ao defender-se, eles darão crédito à mesma diferença inventada pelos racistas a fim de discriminá-los.
O perigo é que essas identidades, adotadas para lutar contra a discriminação permitir, enfim, uma sociedade de indivíduos iguais, acabem consolidando as próprias diferenças que tratam de abolir. Por exemplo, uma política de reservadas a negros ecotase pardos (na universidade, no emprego público e mesmo no setor privado) é uma maneira de se opor à discriminação, mas, para funcionar, ela exige que a gente acredite nas diferenças raciais e as estabeleça como parte da identidade do cidadão -que é exatamente a situação com a qual o racismo sonha desde sempre.
Esse argumento é crucial no livro de Demétrio Magnoli, "Uma Gota de Sangue" (ed. Contexto), que é, ao mesmo tempo, uma excelente história e apresentação do racismo no mundo moderno e uma crítica das políticas de cotas por elas necessariamente confirmarem a existência de diferenças raciais que não têm realidade biológica e cujo fundamento histórico é o próprio racismo.
Isso, logo no Brasil, onde a mistura das cores deixaria esperar um enterro mais rápido da categoria de raça.
Compartilho com Magnoli o sonho de uma sociedade em que a cor da pele seja indiferente. Mas minha avaliação das políticas de cotas é "matizada". Quando cheguei nos EUA, em 94, eu pensava como Magnoli, ou seja, previa que o sistema de cotas, instituído para "compensar" os efeitos da discriminação, dividiria o país, levando-o de volta para o século 19. Não foi o que aconteceu. Aos poucos, a presença de cidadãos de todas as cores na maioria das corporações (da polícia urbana ao corpo docente das universidades) se transformou num duplo valor compartilhado por todos ou quase: um valor estético (a diversidade é bonita) e um valor produtivo (a diversidade é funcional).
Até que um dia pareceu lógico, num país cujo sul inteiro foi racista e segregado, que um negro pudesse ser presidente.
CONTARDO CALLIGARIS Psicanalista, doutor em psicologia clínica e colunista da Folha de São Paulo. Italiano, hoje vive e clinica entre Nova York e São Paulo. Leitura obrigatória semanalmente na Folha de São Paulo ccalligari@uol.com.br
Agência FAPESP – Pensar criticamente – isto é, ser capaz de reconhecer e formular bons argumentos – é uma prática fundamental para o exercício pleno da cidadania e da democracia. Mas, apesar de ser uma necessidade tão universal, a intimidade com a boa argumentação não é uma realidade para grande parte da população, que, por conta disso, fica exposta a todo tipo de falácias e argumentação enganosa.
Com a finalidade de combater essa “exclusão racional”, acaba de ser lançado o livro Pensamento crítico – O poder da lógica e da argumentação, de Walter Carnielli e Richard Epstein. Segundo os autores, a obra tem como objetivo servir de guia para a boa argumentação e, ao mesmo tempo, de instrumento de “autodefesa intelectual contra as falácias do mundo contemporâneo”.
De acordo com o professor, Pensamento crítico se baseou na obra Critical thinking (2001), escrita por Epstein com sua assistência e colaboração, que se tornou um best-seller nos Estados Unidos. A colaboração entre os dois autores é intensa há mais de 25 anos.
Segundo Carnielli, um dos diferenciais da obra é abordar o pensamento crítico de maneira fundamentada, diferentemente de outras obras que tratam o tema, em geral, como retórica e técnica de argumentação, sem base sólida na lógica.
“Nosso livro é um guia da arte de pensar criticamente a partir de bases lógicas. Ele preenche uma lacuna, uma vez que em línguas latinas não há praticamente nada sobre o assunto e, mesmo nos Estados Unidos, não há um livro que trate do pensamento crítico de maneira fundamentada, sistemática e ao mesmo tempo voltada para o grande público”, disse Carnielli à Agência FAPESP.
Segundo ele, o livro é dirigido a um público amplo com o objetivo de contribuir com o acesso à cidadania. “Da mesma forma que falamos em exclusão digital, podemos falar hoje em exclusão racional, ou exclusão argumentativa. Se a pessoa não tem acesso às bases da boa argumentação, será facilmente enganada”, disse.
“Apresentamos, de forma sistematizada, uma teoria da argumentação com bases sólidas na lógica contemporânea – passando também pela teoria clássica da argumentação, partindo de Aristóteles e levando em conta todo o desenvolvimento posterior da lógica – com bases claras e simples”, explicou.
Ao aproximar argumentação e lógica, a obra adquire uma grande amplitude de aplicações práticas, úteis para vestibulares, concursos públicos, exames de todo tipo e práticas profissionais de jornalistas, professores, advogados, juízes, políticos, médicos e cientistas, por exemplo. “O livro pode ser utilizado por um público que vai de estudantes de colégios a parlamentares”, disse.
Jiu-jitsu da argumentação
O uso de exemplos cotidianos e de ilustrações bem-humoradas (incluindo diversas tiras) são destaques da obra que contribuem para aumentar a proximidade do pensamento crítico com a realidade dos leitores. “Embora tenhamos mantido a estrutura conceitual da edição norte-americana, a versão brasileira foi completamente refeita, com o uso de exemplos do cenário público nacional, incluindo política, televisão, jornalismo e cartoons”, disse Carnielli.
“Podemos dizer que se trata aqui de um ‘jiu-jitsu da argumentação’. A ideia é instrumentalizar o leitor para se defender das falácias. Nas duas últimas partes tratamos de mostrar, por exemplo, como enganar com números e estatísticas, como usar a falsa precisão e falsos positivos e como deturpar gráficos e médias. Fazemos também uma relação das falácias famosas – incluindo a lista negra das falácias mais perigosas”, explicou o professor da Unicamp.
O livro levou cerca de sete anos para ser feito. “Escrever em linguagem simples é mais difícil e demorado do que se expressar por símbolos lógicos e fórmulas matemáticas. Mas isso era necessário para que o livro fosse acessível e cumprisse sua missão”, disse.
Segundo Carnielli, o pensamento crítico traz grandes vantagens competitivas no mundo contemporâneo, no qual todos são submetidos a pressões de argumentos falaciosos que inundam a internet, a publicidade e o jornalismo, por exemplo.
“Todos esses temas estão presentes no livro. O conhecimento da boa argumentação permite que tomemos decisões melhores e que possamos lutar por nossos direitos em todos os campos. Podemos usar o pensamento crítico para avaliar e-mails maliciosos, boatos e notícias falsas, ou para desmascarar, sob um discurso aparentemente coerente, a superstição e o obscurantismo”, destacou.
Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/11013/especiais/combate-a-exclusao-racional.htm
A Fobia Social (na maioria das vezes vem com timidez, mas nem sempre), que atrapalha muito a vida do Fóbico, se manifesta de muitas formas:
Falar em público.
Numa apresentação, mesmo conhecendo o assunto parece que “dá um branco”.
Participar de entrevistas ou exames orais.
Freqüentar lugares sozinho, por exemplo, entrar num restaurante ou Shopping ou cinema desacompanhado ("o que os outros vão pensar ?")
Paquerar, especialmente se estiver emocionalmente envolvido ou interessado.
Tremer ao assinar documentos ou tomar um café se alguém estiver olhando.
Evitar situações que podem provocar sintomas.
Sub aproveitamento profissional, talento desperdiçado. Não recebem tantas promoções, não fazem tantos contatos importantes para sua vida profissional, não impõem suas idéias, não discutem ordens, etc.
Perda dos melhores anos da vida em termos de relacionamentos sociais, sexuais, de companheirismo, viagens, esportes de grupo, etc.
Risco aumentado para abuso de álcool, drogas e depressão
Essas pessoas perdem oportunidades na vida, por causa dos sintomas. Sabem a matéria mas quando o professor pergunta "dá um branco". Estão preparados para uma entrevista mas na hora H se atrapalham e não expõem as idéias de maneira correta.
Algumas pessoas chegam a ter verdadeiros ataques de pânico (taquicardia, sudorese, falta de ar, tremor, fraqueza nas pernas, ondas de frio ou de calor, tontura, sensação de que o ambiente está estranho, que a pessoa “não está lá”, de que vai desmaiar, de que vai ter um infarto, de uma pressão na cabeça, de que vai "ficar louco", de que vai engasgar com alimentos, diarréias, etc).
O tratamento costuma ser simples e rápido e traz muitas mudanças positivas na vida.
Geralmente ele é composto de duas partes:
Medicação, que acaba rapidamente com todos ou quase todos os sintomas, de modo que o paciente pode começar a fazer a Psicoterapia.
Psicoterapia Cognitiva Comportamental, ou Treinamento de Habilidades Sociais, que é diferente das Psicoterapias Analíticas. Toda semana recebo algum paciente que fala "não quero mais fazer terapia, fiz anos de análise e não adiantou nada". Eles tem razão. Psicanálise é boa para muitos problemas mas em Fobia Social não adianta praticamente nada. A TCC é a que funciona.
Nas Psicoterapias Analíticas se pesquisa a origem dos sintomas. Acontece que em Fobia Social não precisa descobrir a origem dos sintomas, pois os Fóbicos quase sempre sabem de onde vêm os sintomas. E também já aprenderam que saber de onde os sintomas vêm não quer dizer que eles não venham.
Em Fobia Social o tratamento psicológico é mais voltado para o presente e futuro e o objetivo é mudar o comportamento fóbico,
Mas você vai dizer "ué, eu tento mudar esse comportamento há anos e nunca consegui”. Nunca conseguiu porque aqueles sintomas físicos impossibilitavam uma série de atividades sociais. Com a medicação, você consegue mudar seus comportamentos sem aquele tormento da taquicardia, sudorese, tremor, etc.
No tratamento da Fobia Social, remédio mais terapia significa que 1 + 1 = 3, porque um tratamento potencializa o outro.
O círculo vicioso "sintomas –> fracassos –> mais sintomas –> mais fracassos ” se transforma num círculo virtuoso “menos sintomas –> sucesso –> menos sintomas ainda –> mais sucesso ainda”.
Seu médico irá também recomendar algumas medidas que ajudam bastante por exemplo: bom condicionamento físico, Yoga, Meditação, menos álcool e cafeína.
Artigo de autoria do Psiquiatra Dr. Rubens Pitliuk
Fonte: Mentalhelp
A decisão está tomada no Palácio dos Bandeirantes: José Serra (PSDB) é candidato a presidente em 2010.
O governador de São Paulo já tem um foco eleitoral, sabe onde precisa buscar votos e tem planos concretos para o confronto com a candidata Dilma Rousseff (PT).
Fortíssimo na região Sul e Sudeste, hoje Serra também lidera as pesquisas no Nordeste. Mas a experiência passada indica que essa situação deve inverter-se nos próximos meses, em função da imensa popularidade de Lula. Num esforço para manter uma boa posição na região, o governador tem multiplicado viagens por ali. Passou o fim de semana em Pernambuco. Ontem, marcou novas visitas, à Bahia e ao Rio Grande do Norte.
Essa prioridade se manifesta até no twitter. Quem lê as mensagens instântaneas que são postadas de madrugada, antes do governador recolher-se, já notou como nos últimos dias ele tem mencionado seu convívio com imigrantes nordestinos no bairro da Moóca, na zona Leste de São Paulo, onde nasceu e se criou.
A Moóca abrigou imigrantes italianos numa primeira fase, para depois receber trabalhadores nordestinos, décadas mais tarde.
Serra está convencido de que sua escolha pelo PSDB atingiu um ponto irreversível.
Duvida seriamente que as prévias internas para a definição de candidato vão ocorrer.
Gostaria de contar com Aécio Neves (PSDB) como vice, mas não acredita que isso venha a acontecer, embora todos reconheçam que essa chapa poderia ter grande impulso político e eleitoral.
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